Essa foto foi tirada esta semana. Vinte anos depois e um reencontro extraordinário com essas pessoas que me acompanharam no início da minha carreira na Medicina Veterinária.
"Mas o que isso tem a ver com a fotografia hoje, Aline?"
Bem, na quinta passada eu falei lá numa sala do ClubHouse sobre "Estilo na Fotografia: O que não te contaram" a convite do Conexões de Negócio.
Eu falava que estilo não é exatamente apenas a fotografia em si, mas a forma como fazemos TUDO para ter o resultado que temos na fotografia.
E a forma como fazemos as coisas é profundamente influenciada pelas nossas experiências de vida.
Quem já me conhece sabe que antes da fotografia eu me formei em Medicina Veterinária pela UFRRJ em 2003, e atuei durante 3 anos nesta profissão.
Naquela época eu era fascinada por Cardiologia e CTI Veterinário (o gosto pelas coisas intensas vem de longa data hehehe). A adrenalina corria solta e como eu gostava daquilo!
Mas voltando ao bate-papo de quinta, num determinado momento da conversa a Bruna Medeiros, moderadora da sala e minha aluna, perguntou o seguinte: "Aline, o que você acredita que a Veterinária trouxe de influência para seu estilo."
Contei que aprendi duas coisas fundamentais como Médica Veterinária:
1. Empatia na prática
Aqui é o ponto mais delicadao desta profissão. Precisei aprender a lidar com o sofrimento e muitas vezes o luto dos tutores dos animais de uma forma que ninguém me ensinou na Universidade. Foi na prática mesmo! Muitas vezes eu deixei de almoçar porque fazia questão de acompanhar a cirurgia ou o exame de alguma animal que eu estava cuidando. Eu apenas queria estar lá e dar apoio e suporte emocional aos pais e mães daqueles bichinhos.
2. Ser "rápida no gatilho"
Trabalhar com emergência de pequenos animais me trouxe uma grande aprendizado de suportes básico e avançado de vida. Na primeira fase de um atendimento emergencial toda ação de um médico é voltada para uma única prioridade: manter o paciente vivo e isso requer controle emocional, rapidez, eficácia e MÉTODO, coisas que são essenciais para um fotógrafo de momentos. È preciso uma boa dose de sangue frio em situações onde precisamos pensar rápido (já contei a história que meu cartão de memória acabou na entrada da noiva?)
Coleciono inúmeros aprendizados das experiências que vivi.
Não jogo nenhuma dessas experiências fora, pois elas ajudaram a construir quem EU SOU, e quem eu sou transborda claramente na fotografia que eu faço.
Por isso, não exclua absolutamente NADA sobre você.
Talvez você tenha tesouros escondidos e ainda não sabe!
Pense, sinta e me fale: Qual é o seu tesouro escondido?
PS.: (e não menos importante) sou profundamente grata a esses caras aí da foto! Eles são parte importantíssima da minha história.
Com calma e com alma,
Aline Lelles